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Fabricio Teixeira é um designer a full-full-full-time. 

É UX Design Director na R/GA em São Francisco, co-fundador do uxdesign.cc, contribui também para o Update or Die e Confeitaria Mag e por fim é responsável pelo maior blog de User Experience da América do Sul (em português)

Sim, o Fabricio nunca dorme!

1- Qual a tua definição pessoal para UX Design?
Antes de começar a responder, um agradecimento pelo convite (é uma honra escrever para designers Portugueses) e um pedido de desculpa caso algumas palavras não esteja suficientemente clara: o Português dos Brasileiros é um pouco diferente do vosso.

UX Design é a disciplina que mantém designers, programadores, gestores de projetos e clientes unidos para desenvolver de forma eficaz uma necessidade legítima que as pessoas têm. Por isso mesmo, também gosto de pensar que UX Design é a disciplina que garante que todo o esforço que está a ser feito para construir um produto/experiência digital não seja em vão.

2- Em termos de qualidade, como avalias as aplicações desenvolvidas em Portugal relativamente ao que se faz desse lado do mundo (Américas)?
Infelizmente tenho pouco contacto com as aplicações desenvolvidas em Portugal. O pouco de contacto que tenho é através de blogs (como este aqui). Mas posso falar das aplicações desenvolvidas no Brasil, e quanto a estas: não deixam nada a desejar em relação às que são feitas nos Estados Unidos. Os designers são igualmente talentosos, e o conhecimento sobre Design está igualmente distribuído e acessível entre ambos os países. Imagino que seja o mesmo cenário – e nível de qualidade – em Portugal.

3- Que sites e/ou pessoas sobre o domínio de ui/ux design recomendas seguir?
Recentemente criei algumas listas justamente com o intuito de ajudar profissionais que está buscando referências na área: Melhores Autores Para Seguir no Medium, Profissionais de UX Para Seguir, e Empresas Para Seguir no Medium.  

4- Android, iOS ou Windows, qual dos sistemas operativos consideras mais interessantes para se desenvolver um bom projeto digital?
Acredito que esse tipo de decisão deve ser menos sobre “ser interessante para mim” (o designer) e mais sobre ser relevante para o usuário. É preciso conhecer a audiência para a qual se está a desenhar e entender quais os dispositivos e sistemas operacionais mais usados por este público, para aí sim decidir em qual plataforma aquele produto/serviço deve ser desenvolvido.

Por exemplo: um aplicativo de tratamento de fotos focado em designers pode fazer mais sentido em iOS (já que a penetração de iPhones entre designers é bastante grande), mas um aplicativo que deseja ser mainstream e atingir uma audiência mais ampla, provavelmente deve ser desenvolvido primeiro em Android.

5- Qual a tua posição face ao uso User Kits dos Sistemas Operativos para desenhar uma aplicação?
Completamente a favor.
Esses UI Kits são ótimas formas de garantir um nível de usabilidade básica na aplicação que está a ser criada, já que os componentes todos que fazem parte do Kit foram testados com milhares de usuários e tiveram que provar bom funcionamento antes de entrarem para o Kit. Além disso, usar esse tipo de elemento mais comum ajuda a deixar a experiência mais familiar para os usuários, já que eles já estão acostumados com aqueles padrões de interação.

O importante é só não permitir que tudo fique “com a mesma cara”; é preciso subverter alguns desses padrões na hora de montar a experiência, além de garantir que em termos de look & feel a interface represente a linguagem visual da marca em questão.

6- Em 2015 tiveste o prazer de ser entrevistado para o evento Mobile Day da Google. Como foi a experiência?
Foi uma experiência fantástica; estar em meio a nomes como Luke Wroblewski foi uma honra enorme.
Nosso grande objetivo era alertar o público brasileiro de designers, programadores e gerentes de marca/marketing sobre a importância de desenhar experiências que sejam acessíveis quando o usuário não está sentado na frente de um ecrã de computador.
Os resultados foram ótimos, e o filme foi exibido simultaneamente em mais de 20 salas de cinema em todo o Brasil. Um projeto grandioso e bastante importante estrategicamente para o Google e para o avanço da nossa área no mercado Brasileiro. 

7- Beats Music, que grande desafio! Criar um novo e revolucionário serviço de streaming de música que combina a capacidade de seleção humana com sugestões temáticas do momento e circunstância do utilizador. Acreditas que cada vez mais as aplicações digitais que nos rodeiam são parte do nosso dia-a-dia? 
Foi um projeto muito “bacano” e desafiador para a R/GA. Desenhar um serviço de streaming, que se alinhasse com as crenças e princípios da marca Beats by Dr. Dre, e criasse uma experiência de uso que fosse verdadeira única e diferente dos aplicativos de streaming de música que estavam disponíveis na ocasião. A R/GA foi responsável não apenas pela criação do aplicativo, mas também por todo o ecossistema de comunicação que lançou o app para o mundo. Os resultados foram tão bons que, poucos meses depois, a Beats foi comprada pela Apple por mais de 3 biliões de dólares.

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8- Consideras haver uma linha que separa o Mundo Digital vs Mundo Real ou acreditas que esta linha de separação deve ser quebrada a cada novo projeto?
É uma linha que fica cada vez mais sútil. Tecnologias como Realidade Aumentada e Realidade Virtual são pequenos passos em direção à quebra definitiva dessa linha, e elas prometem se popularizar ainda mais este ano. O importante, do ponto de vista de Design, é ajudar às pessoas a se sentirem confortáveis ao interagirem com esse tipo de experiência imersiva.

E agora… em modo RadioButton:

Para desenho de aplicações:
• Sketch
• Illustrator
• Photoshop
• Outro: Google Slides, já que acredito que UX deve focar na parte mais estratégica do design, e consequentemente, com menor fidelidade visual

Como utilizador comum:
Android
• iOS
Windows

Como designer de interfaces:
• Android
• iOS
• Windows
• Outro: O que fizer mais sentido para a audiência

Como designer preferes:
• Desenhar uma App
• Desenhar um Website Responsive
• Outro: Desenhar experiências conectadas, como esta aqui

Modo de trabalho:
Sozinho
• Em equipa

Por fim…
Como vês o Mundo do UX Design daqui a 5 anos?
Não seremos mais chamados de UX Designers.
Todo mundo (incluindo programadores, designers visuais, redatores) estarão focados em desenhar uma experiência melhor para os usuários, então não precisaremos do cargo “UX”. 

Entrevista realizada por
João Lima a Fabricio Teixeira
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João Lima

João Lima

→ UX Design Guru at Critical TechWorks - BMW Group → uiux.pt Founder → UX Teacher

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