Ao longo dos últimos meses tenho vindo a explorar de que forma a biometria se pode/deve aliar à Usabilidade, à Experiência do Utilizador, no fundo, aos parâmetros e às diversas avaliações dos testes de usabilidade.
A evolução da Interação Homem-Máquina requer, cada vez mais, um conhecimento comportamental, psicológico, étnico, contextual, entre muitos outros. Tenho compreendido nestes últimos meses que alguns inputs e características físicas/biométricas podem ser também um dado muito interessante a explorar e a considerar sempre que trabalhamos conclusões e relatórios de Usabilidade e UX.
A biometria define-se como o estudo das diversas características físicas e comportamentais do ser vivo. A ciência e a sabedoria da biometria tem sido utilizada para inúmeros projetos das mais divergentes áreas de estudo a nível mundial. A nova Era de Interfaces está à nossa espera. Designada como First Person User Interfaces (segundo LukeW), recorre de uma forma crescente e frequente a um conjunto de recursos biométricos do utilizador para realizar variadas ações nos seus dispositivos: impressão digital; reconhecimento facial; leitura da retina; comandos por voz; leitores de ritmo cardíaco; termómetros corporais, entre muitos outros.
Com o auxílio de alguns testes biométricos, interpretar emoções e tomadas de decisão do utilizador (que têm por base pensamentos conscientes e cognitivos), torna-se mais fácil obter insigths quantitativos e justificativos. Por isso, e na realização de testes de usabilidade, receber inputs do subconsciente do utilizador poderá, de facto, ser uma grande mais valia para comprovar, justificar ou desmentir alguns dados qualitativos obtidos ao longo do processo.
Que teste biométrico deves usar?
Segue-se um conjunto de dicas relativas ao que cada método mede, como o mede, que métricas podem ser derivadas e ainda como podem ser os dados interpretados.
Eye Tracking (infravermelho)
Reflexão da córnea e dilatação da pupila.
Ponto de câmera infravermelha para os olhos.
Momentos oculares (olhar, lesões, sacadas), piscar, dilatação da pupila.
Engagement visual, sonolência e fadiga, excitação emocional.
GSR – Resposta Galvânica da Pele
Alterações na condutância da pele devido à transpiração.
Eletrodos ligados aos dedos, palmas das mãos ou solas dos pés.
Resposta de condutância da pele (SCR).
Excitação emocional, engagement, congruência, autorrelato.
Análise da Expressão Facial
Atividade dos músculos faciais e grupos musculares.
Web-cam aponta para o rosto, juntamente com algoritmos de computador para extração de recursos.
Posição e orientação dos marcos faciais, ativação de unidades de ação (AUs) e canais de emoção.
Valência emocional, engagement, congruência de autorrelatos.
EGG / EKG Eletrocardiograma
Alterações na atividade elétrica causada por contração cardíaca.
Eletrodos ligados ao peito ou membros.
Intervalo de batimentos cardíacos (FC, BPM), variabilidade da frequência cardíaca (HVR)
Excitação emocional, stress, atividade fisiológica.
Fotopletismografia PPG
Alterações na absorção de luz dos vasos sanguíneos.
Sensor óptico ligado ao dedo, dedo do pé ou lóbulo da orelha.
Frequência Cardíaca Óptica (FC)
Excitação emocional, stress, atividade psicológica.
Eletroencefalograma EEG
Alterações na atividade elétrica do cérebro.
Eletrodos colocados no couro cabeludo.
Potência da banda de frequência (delta, teta, alfa, beta, gama, bandas), lateralidade frontal e índice de assimetria potencial relacionados com eventos, wavelets.
Atenção, excitação emocional, motivação, estados cognitivos, carga mental, sonolência e fadiga.
Bibliografia
Dix, A. (2011). Human-computer interaction. Harlow: Pearson Prentice-Hall.
iMotions. (2017). Human Behavior – Pocket Guide.
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JL