Skip to main content

A relação da Lei de Miller (1956) com o UX do século XXI.

O que tem a Psicologia em comum com o User Experience? Tudo. Foi por isso que recorremos à Dra. Lídia Oliveira, Psicóloga Clínica, que auxiliou na pesquisa e nas diversas referencias bibliográficas da informação científica para este artigo.

A experiência de utilização tem como principais pilares diversos estudos de Interação Humano-Computador (IHC) e há cinco leis que são cruciais para perceber melhor o mundo UX. Cinco leis generalistas que se aplicam na prática corrente do bom Design de Experiência de Utilizador.
A primeira lei que o uiux.pt apresenta é a Lei de Miller.

Estudos de George Miller indicam que a maioria das pessoas armazenam apenas de 5 a 9 itens de informação na memória de curto prazo. Esta regra pode e deve ser facilmente aplicada a apresentações, listagens e menus.

Contudo, por exemplo, num site e-commerce de vestuário, não é obrigatoriamente necessário apenas listar 5-9 produtos por página, uma vez que não temos a intenção que o utilizador decore, mas sim que veja estes produtos.

A informação é recebida, em primeiro lugar, no armazenamento sensorial, durante frações de segundos após o estímulo desaparecer, passando de seguida para o armazenamento a curto prazo, o qual retém apenas uma determinada quantidade de informação durante menos de 1 minuto.

Depois de passar pelo armazenamento a curto prazo a informação ou é esquecida ou, se for processada, por exemplo, através da repetição, pode passar para o armazenamento a longo prazo, onde pode permanecer indefinidamente nesse compartimento de capacidade ilimitada.

A memória a curto prazo (MCP) é um sistema de registo simples dos itens ativos, consistindo na sua recordação imediata, podendo ser analisada em três dimensões, a capacidade, a duração e a codificação ou processamento (Pinto, 1997). A capacidade é o montante de informação que pode ser armazenada, sendo esta limitada, quer em termos de número de itens armazenados, em termos de duração dos itens e em termos da disponibilidade de recursos mentais para executar as operações da MCP. Há limites no que respeita à quantidade de informação que se pode reter num dado momento, como há também limites na rapidez com que se podem usar as funções cognitivas para processar a informação que dá entrada no organismo.

Uma das provas mais usadas para o demonstrar é a prova da amplitude de memória de números, os resultados obtidos nesta prova com jovens adultos de educação média, situam-se à volta dos sete dígitos, mais ou menos dois, tal como Miller (1956) propôs que a capacidade da memória imediata ou memória a curto prazo se situava em torno de 7±2 unidades categorizadas (Pinto, 2011).

A duração é a quantidade de tempo em que a informação se mantém retida, sendo esta também limitada, situando-se entre 15 a 30 segundos (Atkinson & Schiffrin, 1971) sem necessidade da informação ser renovada por meio da repetição.

Ref. Bibliográficas
Miller, G. A. (1956). The magic number seven, plus or minus two: Some limits on our capacity for processing information. Psychological Review, 63, 81-97.
Atkinson, R. C., & Shiffrin, R. M. (1971). The control of short-term memory. Scientific American, 225, 82-90
Pinto, A. C. (1997). Cognição, aprendizagem e memória. Porto: Ed. do autor.

João Lima

João Lima

→ UX Design Guru at Critical TechWorks - BMW Group → uiux.pt Founder → UX Teacher

One Comment

Leave a Reply