Hawaii, míssil, alerta, caos.
Já todos ouviram, leram, viram a notícia crítica do Hawaii e o seu míssil por engano.
A Hawaii Emergency Management Agency informou a população que havia um míssil balístico a caminho do Hawaii. A mensagem de alerta terminava com “ISTO NÃO É UM EXERCÍCIO”. Contudo ao fim de 38 minutos o governo do Hawaii percebeu que havia um erro grave, desmentindo um alerta de míssil balístico que colocou cidadãos em pânico.
Numa conferência de imprensa o governador do Hawaii explicou que se tratou de um erro humano (A sério??) originando o envio das mensagens de alerta.
O porta-voz da HEMA, Richard Rapoza, informou o “The Washington Post” no domingo que “o operador selecionou a opção do menu incorreto.”
Excerto da notícia do “The Washington Post”
Estamos, mais uma vez, presentes a uma péssima prestação de User interface & User Experience de um software de importância extrema.
Facilmente percebemos que estamos perante um conjunto de graves erros que podem ser listados facilmente recorrendo aos fundamentos primários de UI&UX:
1. Uma das regras mais importantes do design de interface é propriamente o não colocar botões de testes lado a lado de botões reais.
2. Duas opções TESTAR/LANÇAR O PÁNICO, duas opções juntas que permitem que a probabilidade de erro do utilizador seja 50-50.
3. Componentes de User Interface. Um Dropdown é um tipo de componente que tem quase tantos anos como a nossa querida Internet. Contudo é necessário perceber as funções de cada um dos componentes existentes em UI. Dropdowns são componentes ideais para agrupar várias opções, no mínimo cinco, não duas opções.
4. Falta de Testes de Usabilidade que permitiriam perceber que a Interface continha erros graves de Usabilidade e consequentemente User Experience.
5. Perante uma opção crítica como esta, tem de haver obrigatoriamente necessidade de uma mensagem de confirmação para que o utilizador tenha oportunidade de rever a sua decisão/opção tomada.
A Usabilidade, a User Interface e User Experience são áreas cruciais para a boa manutenção e utilização de sistemas não críticos e críticos como este. A desvalorização dos métodos, boas práticas e fundamentos é a base para continuarmos a assistir a erros tão primitivos numa sociedade que se diz Digital.
JL
